No âmbito das celebrações do Dia Mundial da Rádio, assinalado a 13 de fevereiro, os alunos do 3.º ano do Centro Escolar de Nelas e das escolas de Carvalhal Redondo e Vilar Seco participaram numa iniciativa especial dedicada à importância da rádio no quotidiano.
Durante a atividade, os estudantes tiveram a oportunidade de partilhar as suas opiniões sobre o papel da rádio nas suas vidas diárias, refletindo sobre como este meio de comunicação os informa, entretém e até acompanha em momentos especiais do dia.
As gravações realizadas incluíram testemunhos autênticos e espontâneos dos alunos, que revelaram as suas estações de rádio favoritas e os programas que mais gostam de ouvir.
Os alunos dos 5.º e 6.º anos da Escola Básica Dr. Fortunato de Almeida, participaram na gravação de vários episódios para um podcast sobre os livros que estão a votação no projeto “Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?”. A iniciativa promoveu o gosto pela leitura e deu aos alunos a oportunidade de apresentar, argumentar e partilhar as suas obras favoritas.
A gravação do podcast constituiu um momento enriquecedor e colaborativo, permitindo aos alunos experimentar o universo da comunicação digital, ao mesmo tempo que desenvolvem competências de expressão oral e literacia mediática.
O podcast será brevemente divulgado pela biblioteca escolar, dando voz às escolhas literárias dos alunos e incentivando toda a comunidade a ler mais, bem como ajudar os mais indecisos,
A Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Nelas acaba de dar um passo inovador na promoção da leitura, da criatividade e da divulgação do trabalho dos alunos, com a criação de um canal de podcast no Spotify. Esta nova ferramenta digital pretende ser um espaço dinâmico e acessível para partilhar os projetos, vozes e talentos da comunidade escolar.
O projeto surge com o apoio do Laboratório LED – Laboratório de Educação Digital, e insere-se numa estratégia mais ampla de valorização das práticas pedagógicas e da expressão dos alunos, promovendo a interdisciplinaridade e o uso criativo das tecnologias ao serviço da aprendizagem.
O torto arado foi-me oferecido por uma amiga da minha mãe, dizendo-me que eu ia gostar muito. Não se enganou. É um livro do autor barsileiro Itamar Vieira Júnior, e como muita literatura barsileira que tive o prazer de ler, tem uma linguagem doce, cantada e encantada.
A história começa de forma violenta, macabra. Duas irmãs, crianças, brincam com uma faca e cortam a língua sendo que, para uma delas, o corte é fatal e não mais volta a falar, senão pela voz da sua irmã.
A obra espelha a vida dura dos trabalhadores das fazendas do Brasil, os contrastes entre a gente humilde e os senhores, proprietários que exploram a mão de obra do povo, após a escravatura. Mas nas entrelinhas surge a questão: acabou mesmo a escravatura? Oficialmente sim, mas na verdade a condição humana, na forma como nos é apresentada, não.
Gostei de ler sobre a vida simples, despida de adornos, sobre a condição do povo, cuja riqueza está nas suas crenças e tradições. Gosto do misticismo irracional das gentes e das almas antigas. Gosto do amor retratado de forma visceral, quase sem sentido, tão diferente da realidade dos filmes ou da nossa sociedade.
Esta obra espelha a também a aceitação de quem se é, de como se vive, a prisão da realidade. É um livro feito de escolhas e de tragédias da vida, que reflete a História do Brasil e do seu povo, nas profundezas rurais.
O enredo é cativante, o ritmo cálido e lento e a linguagem agradável. Quando terminei senti saudades de ler Jorge Amado.
Inês Barata
Emmanuel Manuel Noel