Inserido no PAA e no âmbito da comemoração do Patrono da Escola Básica Dr. Fortunato de Almeida, teve lugar, no dia 21 de abril, a Tertúlia: “Por que não gostam (ou deixam de gostar) de ler os nossos filhos /alunos? ”, promovida pela Coordenação dos Diretores de Turma do 2º ciclo com a colaboração da Biblioteca Escolar, fundamentalmente direcionada aos encarregados de educação do Agrupamento, mas aberta a toda a comunidade educativa. Desde a primeira hora foi considerado pertinente, pela data em que se realiza, integrar esta atividade na Festa Literária, nesse momento a decorrer, com o envolvimento de entidades parceiras do Agrupamento. Por esta razão o tema deste ano foi “FAMÍLIA e LEITURA (S) ”. Debater esta temática assume bastante relevo quando se constata, pela observação em contexto escolar, que um considerável número de alunos, à medida que avança no seu percurso escolar, deixa de ter particular interesse pela leitura, com manifestos efeitos negativos a vários níveis. A leitura é uma “ferramenta” que estimula a criatividade, aumenta a concentração e o foco, desenvolve a escrita, melhora a comunicação oral, amplia conhecimento, enriquece vocabulário e que, por essas e outras razões, devia ser uma prática constante e para a vida.
Estamos cientes que o valor da leitura é inquestionável. Ultrapassar esta situação só pode ser resultado de uma forte corresponsabilização e trabalho conjunto entre a escola e a família, num abraço partilhado. A velocidade da mutação que o progresso tecnológico impõe vai cavando uma distância cada vez maior entre as gerações. Todos procuramos equilíbrio e respostas alicerçadas na experiência e saberes dia a dia construídos. Ler é uma atividade indissociável da curiosidade e do desejo. É preciso aprender a senti-la como uma necessidade interior. Não basta uma ordem ou um conselho repetido. “O verbo ler não suporta o imperativo” – escreveu um dia Gianni Rodari. Os filhos precisam compreender melhor o mundo dos pais, como é que construíram a sua linguagem e os seus códigos. Os pais precisam de dar tempo aos filhos para compreenderem a gramática deles, sem comparar e corrigir tudo o que veem a partir da sua própria experiência.
Convidamos para vir passar o serão connosco a Dr.ª Leandra Cordeiro e o Dr. Rui Fonte, que prontamente se disponibilizaram mais uma vez e que com entusiasmo e simplicidade comunicativa cativaram e prenderam a atenção de todos os participantes, pais e docentes. Recorrendo a um formato menos convencional e formal foram dando pinceladas de práticas de intervenção eficientes, num discurso fluente e atrativo, duas horas de um encontro agradável e enriquecedor, conduzido e moderado pelo professor, Bruno Cardina, professor bibliotecário do Agrupamento.
Foi nosso objetivo fornecer aos pais algumas pistas para melhor compreender o interesse pela leitura e ou a falta dele, discutindo a importância de um bom diagnóstico da motivação do gostar de ler, da relação afetiva que o leitor estabelece com o livro que lê, com quem lhe deu o livro, com o fascínio que a história que o livro conta e exerce sobre o leitor, a falta de literatura ajustada que agarre o leitor adolescente que tem pressa de viver, que vive um tempo em que alarga as suas relações interpessoais, busca e descobre o mundo em mudança vertiginosa que pouco ou nada se compagina com um processo de leitura solitário, não imperativo para prazeroso. Neste processo emerge a escola como lugar de leituras obrigatórias, sujeitas a um tempo e uma metodologia enxertada em estratégias norteadas por currículos e listagens que só a mestria de um professor artista minimiza e enobrece, servindo a leitura com atratividade. Sobra o exemplo. Sobra o lugar ideal para leituras. Sobra o momento ideal para ler. Sobra o tempo de e para ler ou a falta dele. Não havendo receitas, sobra o desafio de cada um as inventar.
O mote foi dado pelos intérpretes do Clube de Música. O mote foi dado pelos intérpretes do Clube de Teatro. E porque decorria o mês de prevenção dos maus tratos a crianças, o mote foi ainda dado por uma contadora de histórias que simbolicamente nos transportou para esta causa e nos apresentou a história do laço azul, integrando e acolhendo assim a participação da CPCJ neste evento.
Os objetivos foram atingidos sobretudo para todos aqueles que olham as questões da educação com paixão, sentido reflexivo e buscam explicações para o desassossego construtivo. Os presentes, que decidiram avaliar o encontro, consideraram-no muito interessante, pertinente, oportuno e atual o que são bons indicadores do sucesso desta atividade.
Foi responsável pela organização a Coordenadora dos Diretores de Turma do 2º ciclo, professora Lúcia Ribeiro. Contou com a colaboração da Direção e ainda da Profª Ana Alves - responsável pela participação do Clube de Música; da Profª Clotilde Santos – responsável pela participação do Clube de Teatro; da Profª Sara Bogarim - responsável do clube de Artes – que elaborou os quadros com que se agraciou os palestrantes e do Prof. Bibliotecário, Bruno Cardina - moderador do painel.
A CDT 2º ciclo
Lúcia Ribeiro
O registo fotográfico da atividade: