Alunos do 5.º e 6.º anos participam na atividade de leitura dramatizada "Se queres um amigo, cativa-me...", no âmbito do Projeto Cultural de Escola e em articulação com a BE.
Nos passados dias 16 e 17, os alunos do 5.º e 6.º anos da EB Dr. Fortunato de Almeida participaram numa sessão de leitura dramatizada, uma iniciativa promovida pela Biblioteca Escolar em colaboração com o Projeto Cultural de Escola. A atividade teve como principal objetivo fortalecer as relações interpessoais através da cultura, da leitura e da arte.
A Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Nelas foi selecionada para participar na modalidade A do projeto "LER fora da escola” dinamizado pela RBE. Este programa visa incentivar a leitura em família, promovendo atividades que ajudam a desenvolver o gosto pela leitura entre as crianças. A iniciativa envolverá a comunidade educativa em sessões orientadas, fortalecendo a colaboração entre bibliotecas e famílias. A participação da BE do AEN é um passo importante para fomentar hábitos de leitura e enriquecer a experiência educativa.
A BE do CEN deu início em dezembro ao Projeto “Caderneta de Leitura” que já conta com 10ª edição, este ano dedicada ao livro “O Principezinho” e em articulação com o Plano Cultura de Escola com a temática - “Se queres uma amigo, cativa-me”.
Mais uma vez o objetivo é ambicioso: cada aluno deverá requisitar e ler pelo menos 42 livros entre dezembro e abril, com o intuito de fomentar o hábito da leitura desde cedo, estimular o gosto pela literatura e melhorar a fluência leitora.
O torto arado foi-me oferecido por uma amiga da minha mãe, dizendo-me que eu ia gostar muito. Não se enganou. É um livro do autor barsileiro Itamar Vieira Júnior, e como muita literatura barsileira que tive o prazer de ler, tem uma linguagem doce, cantada e encantada.
A história começa de forma violenta, macabra. Duas irmãs, crianças, brincam com uma faca e cortam a língua sendo que, para uma delas, o corte é fatal e não mais volta a falar, senão pela voz da sua irmã.
A obra espelha a vida dura dos trabalhadores das fazendas do Brasil, os contrastes entre a gente humilde e os senhores, proprietários que exploram a mão de obra do povo, após a escravatura. Mas nas entrelinhas surge a questão: acabou mesmo a escravatura? Oficialmente sim, mas na verdade a condição humana, na forma como nos é apresentada, não.
Gostei de ler sobre a vida simples, despida de adornos, sobre a condição do povo, cuja riqueza está nas suas crenças e tradições. Gosto do misticismo irracional das gentes e das almas antigas. Gosto do amor retratado de forma visceral, quase sem sentido, tão diferente da realidade dos filmes ou da nossa sociedade.
Esta obra espelha a também a aceitação de quem se é, de como se vive, a prisão da realidade. É um livro feito de escolhas e de tragédias da vida, que reflete a História do Brasil e do seu povo, nas profundezas rurais.
O enredo é cativante, o ritmo cálido e lento e a linguagem agradável. Quando terminei senti saudades de ler Jorge Amado.
Inês Barata
Emmanuel Manuel Noel