
No dia 10 de outubro, a biblioteca da Escola Básica Dr. Fortunato de Almeida recebeu a escritora Djaimilia Pereira de Almeida para um encontro que assinalou os 15 anos da Fundação Lapa do Lobo e a celebração do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE).
Os alunos do 11.º ano participaram numa conversa aberta sobre o que significa ser escritora e sobre os novos desafios da leitura entre os jovens. O momento promoveu um diálogo entre literatura, educação e cultura, convidando à reflexão sobre a escrita contemporânea e o papel transformador da leitura.

No dia 16 de outubro, a Biblioteca Escolar do Centro Escolar de Nelas celebrou o Dia Mundial da Alimentação com a participação dos alunos do 4º ano e da turma 3º A. A iniciativa teve como objetivo sensibilizar para uma alimentação saudável e sustentável, promovendo também a reflexão sobre a importância de evitar desperdícios alimentares, em linha com o tema global de 2025: “De mãos dadas por melhores alimentos e um futuro melhor”. A comemoração contou com a presença especial de D. Pascoela Bernardo, que apresentou aos alunos alguns pratos típicos angolanos,
Outubro é o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), celebrado mundialmente para destacar o papel vital das bibliotecas nas escolas. Em Portugal, o Dia da Biblioteca Escolar comeora-se no dia 27 outubro. O tema deste ano é “Para além das estantes: IA, bibliotecas e o futuro das histórias”. A iniciativa visa mostrar as bibliotecas como centros nevrálgicos que promovem leitura, literacias e cultura, com atividades adaptadas aos vários níveis de ensino, estimulando o envolvimento da comunidade escolar



O torto arado foi-me oferecido por uma amiga da minha mãe, dizendo-me que eu ia gostar muito. Não se enganou. É um livro do autor barsileiro Itamar Vieira Júnior, e como muita literatura barsileira que tive o prazer de ler, tem uma linguagem doce, cantada e encantada.
A história começa de forma violenta, macabra. Duas irmãs, crianças, brincam com uma faca e cortam a língua sendo que, para uma delas, o corte é fatal e não mais volta a falar, senão pela voz da sua irmã.
A obra espelha a vida dura dos trabalhadores das fazendas do Brasil, os contrastes entre a gente humilde e os senhores, proprietários que exploram a mão de obra do povo, após a escravatura. Mas nas entrelinhas surge a questão: acabou mesmo a escravatura? Oficialmente sim, mas na verdade a condição humana, na forma como nos é apresentada, não.
Gostei de ler sobre a vida simples, despida de adornos, sobre a condição do povo, cuja riqueza está nas suas crenças e tradições. Gosto do misticismo irracional das gentes e das almas antigas. Gosto do amor retratado de forma visceral, quase sem sentido, tão diferente da realidade dos filmes ou da nossa sociedade.
Esta obra espelha a também a aceitação de quem se é, de como se vive, a prisão da realidade. É um livro feito de escolhas e de tragédias da vida, que reflete a História do Brasil e do seu povo, nas profundezas rurais.
O enredo é cativante, o ritmo cálido e lento e a linguagem agradável. Quando terminei senti saudades de ler Jorge Amado.


Inês Barata

Emmanuel Manuel Noel
