
Sob a égide do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), os alunos das turmas 6.º B e 6.º C, da BEFA, no âmbito da oferta de Comunicação Digital, foram desafiados a refletir sobre o tema “Para Além das Estantes: IA, bibliotecas e o futuro das histórias”.
A atividade convidou os alunos a dar aso à imaginação e à criatividade, explorando de que forma a Inteligência Artificial poderá transformar as bibliotecas e a forma como contamos e vivemos histórias.

A Biblioteca Escolar celebrou o Halloween no dia 31 de outubro com uma atividade muito especial dedicada aos alunos do 2.º ano do CEN. Para assinalar esta data tão apreciada pelos mais pequenos, a BE preparou um ambiente temático, cheio de mistério e fantasia, convidando todos a entrarem no espírito desta tradição.
O espaço foi decorado com motivos alusivos ao Halloween, criando uma atmosfera mais “assustadora”, mas sempre divertida e adequada aos alunos. Teias de aranha, abóboras, bruxas e pequenas criaturas mágicas deram vida à biblioteca e despertaram a curiosidade de todos os que por lá passaram.
Outubro é o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), celebrado mundialmente para destacar o papel vital das bibliotecas nas escolas. Em Portugal, o Dia da Biblioteca Escolar comeora-se no dia 27 outubro. O tema deste ano é “Para além das estantes: IA, bibliotecas e o futuro das histórias”. A iniciativa visa mostrar as bibliotecas como centros nevrálgicos que promovem leitura, literacias e cultura, com atividades adaptadas aos vários níveis de ensino, estimulando o envolvimento da comunidade escolar
Byung-Chul Han é um filósofo e ensaísta sul-coreano, conhecido pelas suas reflexões sobre a sociedade contemporânea, a tecnologia, a psicologia e a filosofia. Nascido em 1959, em Seul, formou-se em Filosofia e Teologia na Coreia do Sul. Fez o doutoramento na Alemanha, onde vive e onde desenvolveu grande parte do seu trabalho.
A sua obra foca-se nas transformações culturais, sociais e psicológicas da sociedade moderna, especialmente no contexto do capitalismo neoliberal e da era digital. A sua escrita explora temas como o impacto das novas tecnologias nas relações interpessoais, a pressão pela produtividade e a busca constante por desempenho e sucesso, o que, segundo ele, resulta numa sociedade cada vez mais ansiosa e isolada. O seu pensamento é marcado pela combinação de influências da filosofia ocidental (como a fenomenologia de Heidegger ou a crítica social de Marx) com questões da cultura oriental, resultando numa abordagem única para a análise da sociedade moderna.
Entre os seus livros mais conhecidos estão A Sociedade do Cansaço (2010), A Sociedade do Desempenho (2015) e Psicopolítica (2017), onde critica a forma como o capitalismo contemporâneo afeta a saúde mental e as dinâmicas de poder.
Sociedade do Cansaço - Uma Reflexão sobre a Modernidade e os seus Impactos Psicológicos
O livro Sociedade do Cansaço faz a análise profunda das transformações socioculturais e psicológicas que caracterizam a sociedade contemporânea. Publicado em 2010, aborda o modo como a vida moderna, marcada pelo culto da produtividade e do desempenho, numa sociedade governada por um sistema de autoexploração, tem gerado uma crescente sensação de cansaço e vazio.
Ao longo do livro, o autor faz a distinção importante entre o que chama de "sociedade disciplinar" e "sociedade do cansaço". Na sociedade disciplinar, vigente até o século XX, as pessoas regiam-se por normas externas, como leis, regulamentos e instituições de controlo Na sociedade atual, o poder é exercido pela pressão interna que leva as pessoas a autoexplorarem-se em busca do sucesso e do autoaperfeiçoamento. O cansaço, portanto, não é causado por uma sobrecarga externa, mas pela constante exigência interna de melhorar, ser mais produtivo e alcançar um ideal de excelência.
A competitividade e a busca incessante por eficiência resultam num desgaste psicológico profundo. A individualidade, em vez de ser um espaço de liberdade, torna-se um campo de batalha onde o sujeito se sente constantemente pressionado a superar os seus próprios limites. Em contraste com a sociedade anterior, onde o descanso e a recuperação eram vistos como elementos essenciais para o bem-estar, esta sociedade valoriza a constante mobilização, o trabalho incessante e o rendimento, onde as tecnologias digitais têm também papel relevante.
Com o aumento do uso das tecnologias, a fronteira entre o trabalho e lazer generalizou-se, o que acentua a sensação de esgotamento físico e psicológico. A intensificação da comunicação, as redes sociais e a busca pela validação imediata criam um ciclo vicioso, onde as pessoas se sentem constantemente insatisfeitos e incapazes de escapar à pressão dos resultados.
Ao refletir sobre estes aspetos, o livro convida o leitor a repensar as formas como vive e as exigências que impõe a si mesmo. O autor, que questiona o valor dos resultados obtidos a qualquer custo, não propõe uma solução simples, mas um convite a uma pausa crítica.
"Sociedade do Cansaço" é, portanto, uma obra que convida a refletir sobre os impactos da sociedade na saúde mental e no bem-estar das pessoas, alerta para o preço da busca incessante pela produtividade e sucesso, e faz repensar os valores que orientam a vida coletiva e individual. Num mundo cada vez mais arrebatado e pressionado pela lógica de desempenho, talvez esteja na hora de redescobrir o valor do descanso, da reflexão e da desconexão.


Jacinto Lucas Pires

Mandana Sadat

